sábado, outubro 04, 2008



Neste centenário de Machado não deveríamos nos ausentar, principalmente para destacar algumas de suas frases que se encontram com o momento histórico mundial, em plena crise do capitalismo, ou no nacional onde passamos por imensos choques sobre a forma de agir de nossas elites políticas.
Quanto ao primeiro tema, observaríamos a presença do furto do trabalho honesto do individuo em nossa sociedade, a partir do momento em que "mercadores" não se distinguem do "ladrão" em plena crise:

"Não é a ocasião que faz o ladrão, dizia ele a alguém; o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: 'A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito.'"
Em "Esaú e Jacó" (1904)


No tocante ao momento nacional, dito como plenamente democrático, os provérbios do "bruxo do Cosme Velho" deveriam ecoar pelos limites comportamentais da consciência eleitoral, para aí sim construir uma nova sociedade sobre a ruína da antiga:

"Ouça-me este conselho: em política, não se perdoa nem se esquece nada."
Em "Quincas Borba" (1891)

"Venha, venha o voto feminino; eu o desejo, não somente porque é idéia de publicistas notáveis, mas porque é um elemento estético nas eleições, onde não há estética."
Em "Histórias de 15 Dias" (1º de abril de 1877)