domingo, setembro 06, 2009

O HISTÓRICO MASSACRE PALESTINO


O massacre de Sabra e Chatila ocorreu na noite de 16 para 17 de Setembro de 1982, quando milícias cristãs falangistas entraram em dois campos de refugiados palestinos - Sabra e Chatila - que estavam sob o controlo das tropas israelitas ocupantes do Líbano e massacraram milhares de pessoas, na sua maior parte à faca. Nesta altura o exercito sionista havia invadido o Líbano e o ministro da Defesa era Ariel Sharon.Dois dias antes, uma bomba terrorista retirara a vida ao líder falangista Bachir Gemayel e de outras 60 pessoas.A vingança pelo atentado contra Gemayel já estava sendo planejada, sendo os palestinos o alvo, enfraquecidos pela saída forçada de Yasser Arafat e dos combatentes da OLP de Beirute, na seqüência da invasão israelita do país e do cerco e bombardeamento a Beirute ocidental.Os falangistas massacraram milhares de pessoas, na sua maior parte à faca... Mulheres e crianças. Os que procuravam fugir eram fuzilados. Os que sobreviveram eram torturados e presos para garantir que não contariam o ocorrido. Valas imensas receberam às pressas os corpos enquanto cal lhes corria os corpos.Mais um entre os vários genocídios ocorridos no século XX. Outra barbárie.









sábado, setembro 05, 2009

DIRETAS! SONHO E MEMÓRIA













O menestrel das Alagoas pela mídia em entrevista lançou a idéia do movimento que se tornaria sonho dos brasileiros. Todos rumos às 'diretas já'!Um milhão de cidadãos cujo grito histórico ecoa na memória dos brasileiros.Um sonho barrado por insignificantes políticos submetidos à idéia de um regime pronto para ser sepultado.Quantos desfilaram, quantos bradaram suas idéias para construir um novo Estado, uma nova sociedade!Milhares, milhões...Porém, uma insignificante minoria transformou o sonho em Utopia.Um golpe branco nos anseios de uma sociedade que preparava para libertar-se. A rejeição à emenda Dante Oliveira foi surpreendente... Calou o grito no seio da multidão.Tropas impediam o povo de se aproximar do Congresso.1984 inesquecível!

domingo, agosto 16, 2009

MURO? MUROS! 20 ANOS














Um governo de exclusão, construído em meio as barreiras políticas e ideológicas que se apresentavam só poderia reagir como uma 'marionete'. Assim o 'muro' ergueu-se como um distico social, repressivo. Os alemães já não mais existiam, eram manipulados por dois tiranos, atrozes, genocidas.Uma forma de punição por haver abrigado o outro histórico monstro.


Monstros? Stalin, Hitler e Truman, cada qual com seu papel genocida na história.Tijolo por tijolo, ódio destilado, povos amaldiçoados pelas ações e sofrimentos. Um grito em 1961, uma resposta às ameaças.




















"Somos um só povo", o novo grito, um brado de guerra para demonstrar que o muro representava o caos social, uma cicatriz no percurso histórico deste povo.Derrubá-lo, é o principio da liberdade, da reconquista da cidadania internacional, do respeito à nacionalidade."Somos um só povo", gritava o povo consciente do momento, da história, de sua representatividade.Uma liberdade 'ainda que tardia'.

sexta-feira, agosto 14, 2009

ÓRFÃOS AFEGÃOS







Afeganistão, há um tempo foi, o Vietnã-soviético, hoje, torna-se o Vietnã de Obama, uma criação de Bush.
Todos esquecem da história milenar deste território geologicamente perdido por Deus ou Alá.
Já os órfãos afegãos, aumentam geometricamente, caminham por estas pedras ... sofrem do frio e da fome.
Quem irá orar por estes?
Os talibãs?
Os sunitas?
Os protestantes?
Os ortodoxos?
Quem os protegerá?

Seu futuro ‘a Deus dará!’.

DAS ALAGOAS AO MARANHÃO


Em 89, um legitimo cubano era o símbolo da ascensão sarcástica ao poder nacional, atualmente, simboliza o enlace 'matrimonial' entre a 'baixa' ala senatorial e o executivo 'cor-de-rosa'. O retorno ao poder, onde o escroto não é mais 'roxo', mas cuja cor é cada vez mais histriônica como a própria história.
Do maranhense Ferreira Gullar ao alagoano Aurélio Buarque de Holanda, a história destas regiões poderia possuir cores diferentes.
Seu povo aguarda a liberdade em lugar da servidão.

segunda-feira, julho 20, 2009

O HERÓI DE FATO


Mandiba Mandela, olha pelas grades seus 27 anos de prisão e tortura mental em uma cela toda branca. Recusou-se a trocar a liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (1985), Mandela continuou na prisão até 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. O CNA também foi tirado da ilegalidade. Tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Hoje a África do Sul padece do apartheid social.

O HERÓI DE DIREITO











Um ano depois... Um dos fundadores, do Movimento de Conscientização Negra que lutava para superar a opressiva sensação de inferioridade dos negros, Steve Biko (1946-1977), que desde cedo estava engajado na luta desarmada contra o apartheid, e morreu aos 30 anos de idade, ao desafiar o "regime de banimento" a que estava submetido pelo governo que o proibira de se manifestar politicamente.foi preso em bloqueio rodoviário organizado pela polícia. Levado sob custódia, foi acorrentado às grades de uma janela da penitenciária durante um dia inteiro e sofreu grave traumatismo craniano. Em 11 de setembro, foi embarcado em veículo policial para transporte para outra prisão. Biko morreu durante o trajeto e a polícia alegou que a morte se devera a "prolongada greve de fome empreendida pelo prisioneiro".








"Biko" (Peter Gabriel)
September '77Port Elizabeth weather fineIt was business as usualIn police room 619Oh Biko, Biko, because BikoOh Biko, Biko, because BikoYihla Moja, Yihla Moja-The man is dead
When I try to sleep at nightI can only dream in redThe outside world is black and whiteWith only one colour deadOh Biko, Biko, because BikoOh Biko, Biko, because BikoYihla Moja, Yihla Moja-The man is dead
You can blow out a candleBut you can't blow out a fireOnce the flames begin to catchThe wind will blow it higherOh Biko, Biko, because BikoYihla Moja, Yihla Moja-The man is dead
And the eyes of the world arewatching nowwatching now


O HEROÍSMO ESTUDANTIL































Seu nome é extremamente representativo, não para uma favela, mas propriamente para o gueto em que se transformou no período. Marcas da segregação, do genocídio... Jovens estudantes sendo assassinados por representantes de um poder tirânico. "Cidadela do Sudoeste", South-West Township, hoje representativamente uma cidade, dentro de outra cidade.O levante de Soweto historicamente uma das mais fortes cicatrizes do século XX, dez mil estudantes que em 1976 protestavam contra o tratamento dispensado às escolas negras na África do Sul.Seguiam felizes para um estádio, foram barrados por gás lacrimogêneo, e atingidos por balas.










VIDA SEPARADA, em afrikaans, apartheid


























Prática adotada em 1948 pelos brancos que detinham o poder. Regras que impediam os negros de tornarem-se cidadãos em suas próprias terras. Adotada historicamente após discursos de seu líder branco durante a primeira guerra mundial, Jan Smuts, primeiro-ministro em 1917 das colônias britânicas reunidas em 1908.A cicatriz social.



sexta-feira, junho 26, 2009

ATROCIDADES DA BURGUESIA MARCARAM O SÉCULO XIX

UMA AULA EXCEPCIONAL


AS ATROCIDADES DA BURGUESIA
DURANTE O ESMAGAMENTO DA COMUNA, AS "ELEGANTES DE PARIS" VINHAM CUSPIR NOS PRISIONEIROS E SOLDADOS ATIRAVAM NAS PROLETÁRIAS QUANDO AMAMENTAVAM SEUS FILHOS."

CLÓVIS MOURA*

Em 1989, todas as nações do mundo, como por um passe de mágica, festejaram apoteoticamente o bicentenário da Revolução Francesa. A mídia eletrônica de todas as partes do globo fez com que chegassem aos telespectadores deslumbrante evento militar-coreográfico-musical e político. A então União Soviética, os Estados Unidos, a Inglaterra, todos os países da Comunidade Européia uniam-se para prestar homenagem àquela data que simbolizava a queda do regime feudal e o início do poder da burguesia, isto é, do capitalismo. Mas, a revolução francesa, para o povo, não é motivo de tanta festividade. Já em 1871, poucos anos depois da prometida terra da liberdade, igualdade e fraternidade, revelou-se a realidade do mundo do capital, com degradação do operário, com uma economia de mercado que exigia, para funcionar normalmente segundo os interesses dos detentores do capital, milhares de desempregados, bem como a superexploração do trabalho das mulheres e dos menores. Essa economia de exploração logo dará os seus frutos, esmagando a economia artesã, a doméstica e outras formas inferiores de produção, entrando francamente na senda do capitalismo. De 1851 a 1869 a riqueza da França e o volume do seu comércio cresceram em mais de cinco vezes. Por outro lado, aumentou a produção do carvão de pedra e de ferro, ambos indispensáveis ao funcionamento e a construção industrial. Enquanto que em 1852 a produção foi de apenas 4,9 milhões de toneladas, em 1872 a produção atingiu 16,1 milhões de toneladas. Enquanto a produção de ferro, na Quinta década, teve uma média de 780 mil toneladas por ano, a média anual da Sexta década foi de 1,14 milhões de toneladas. O número de locomotivas na França, em 1850, era de 5 mil e em 1869 de 29 mil. A extensão das estradas de ferro se sextuplicou de 3,11 mil quilômetros em 1850, a 17,9 mil quilômetros.
Ao lado da pequena produção que ainda predominava em Paris, através de micro-empresas existiam, também, grandes empresas. De 440 mil trabalhadores industriais parisienses 50 mil eram empregados em empresas municipais e em grandes companhias. A época da Comuna, Paris já possuía dez fábricas de gás, um centro ferroviário com doze estações, fábricas de cigarro, tipografias, arsenais e outras grandes empresas municipais e privadas. Convém dizer que esse surto econômico deu-se durante o Segundo Império de Napoleão III, aliado à burguesia financeira ¾ banqueiros e usurários ¾ além dos grandes latifundiários e a camada superior da burguesia industrial. Assim, o domo das maiores fábricas de munições de Creuse, Schneider, era presidente da Câmara dos Deputados. Napoleão preparava-se para a sua aventura colonial no México e para a guerra contra a Alemanha.
Apesar do surto industrial, a França à época da Comuna era predominantemente agrária pois em 1872, 68% da população francesa vivia em regiões agrárias e somente 32% nas cidades. Era um campesinato pouco diferenciado, grande parte sem terra, particularmente atormentado pela dívidas. Na época do Segundo Império eles pagavam um imposto direto sobre a terra, impostos sobre os produtos à cidade. Vivia particularmente oprimido pelas dívidas e freqüentemente o camponês era somente o proprietário simbólico da sua terra, porque as suas rendas eram logo distribuídas entre os seus credores. Sociedades operárias - Enquanto no campo a situação existente era a que descrevemos, a classe operária se expandia dinamicamente. De acordo com o censo de 1861, existiam na França 2,9 milhões de trabalhadores industriais e 1,6 milhões de patrões. Enquanto em Paris cada empresa industrial tinha de 4,5 operários, a média geral para o país era ainda mais baixa: 1,7 trabalhadores. Média tão baixa de trabalhadores por empresa demonstra que na França havia um grande número de empresas artesãs.
A situação dos trabalhadores durante o Segundo Império piorou seriamente apesar do desenvolvimento econômico. Entre a quinta e a Sexta década, os salários aumentaram entre 10 e 40% enquanto o preço das mercadorias e o aluguel das habitações tiveram um aumento de 70%. Por outro lado, a jornada de trabalho em Paris excedia de 11 horas e na província ia geralmente além de 12 horas e em alguns lugares como no Loire Superior chegava a 15 e 16 horas. Os protestos dos trabalhadores contra essa situação eram violentamente reprimidos; ocupavam fábricas com tropas, estabeleciam penas de prisão para os grevistas. Até 1864 (através da Lei de la Chapelier) as coalizões operárias estavam proibidas. O governo permitia a formação de sociedades operárias sob direção do padre ou do alcaide local. Muitas dessas entidades tinham mais o papel de espionagem do que de reivindicação social e econômica.
A luta de classes que se aguçava tinha de ser exercida nas situações mais desfavoráveis para os operários. Nem por isso ela deixou de existir, especialmente após a participação da Internacional na França. O número de seus membros aumenta e isso desperta o receio de Napoleão III que a dissolve depois de prender e julgar inúmeros membros da organização. As tropas do Imperador dispararam sobre os trabalhadores durante uma greve de mineiros de 1869 que abrangeu todo o vale do Loire. Várias outras greves são organizadas, como a de Creuse, 1870, provocada pela destituição de Assie, membro da Internacional que teve também caráter político. Os camponeses passam a aderir aos movimentos de protesto.
A crise se agravava para o governo. A derrota da França no México, depois de três anos, quando quis impor o Imperador Maximiliano aos mexicanos, agrava mais a situação e Napoleão vê como saída uma guerra contra a Prússia. A guerra foi um desastre. Depois de sucessivas derrotas os franceses perdem a batalha decisiva, em Sedan, em 1° de setembro, tendo os prussianos capturado 86 mil soldados, 39 generais, o próprio Imperador e 650 canhões. "La Debacle", como a batizou Émile Zola, estava consumada. A França, além de perder a Alsácia-Lorena, teria de pagar cinco milhões de francos como indenização de guerra. A França estava arrasada. A burguesia desesperada proclama a república. Porém logo traiu as esperanças do povo. O governo de Defesa Nacional demonstrou total incapacidade para governar. À sua frente estavam inimigos da classe operária como o general Trochu, chefe do Conselho de Ministros, militar da capital e que não ocultava suas simpatias pela monarquia. Reverência ao Banco - Mas, apesar da capitulação de Napoleão III em Sedan, os prussianos marcham sobre Paris: não queriam apenas vencer a guerra, mas saquear a cidade. Nesta conjuntura os trabalhadores começam a praticar ações armadas. Thiers, que sentia a revolução no ar, segundo René Garmy, "quis desarmar o povo antes que fosse tarde demais. Em 18 de março as tropas governamentais lançaram-se das alturas para tentar apoderar-se da artilharia; porém espontaneamente formou-se a resistência. A multidão fechou o caminho e os 88 de linha levantou os fuzis e confraternizou com os insurgentes. Os generais Leconte e Clemente Thomas forma fuzilados. Por toda as partes foi dado o alarma e os soldados de Thiers tiveram de bater em retirada. Para isto foram erguidas barricadas. Diante da insurreição, Thiers ordenou a retirada do exército do governo e das administrações para Versalhes. À noite de 18 de março, o Comitê Central da Guarda Nacional desconcertado pela rapidez da insurreição, de improviso e quase contra a sua vontade, nomeia-se governo provincial. Assim se consumou a ruptura entre a burguesia e o proletariado".
Com as tropas governamentais derrotadas em Versalhes a Comuna elege os seus representantes e passa s deliberar rapidamente, enquanto o governo de Versalhes negociava com o comando alemão a fim de obter autorização de elevar de 40 mil a 80 mil homens (depois 100) o efetivo das suas tropas, destinados a operar contra Paris revoltada. Durante a luta militar a Comuna passou pelas armas menos de 90 pessoas (reféns, espiões, agentes provocadores, etc). As tropas versalhesas perderam durante as batalhas de rua 83 oficiais mortos e 430 feridos; 790 soldados mortos e 5.990 feridos.
Em primeiro lugar a Comuna não soube manejar a arma governamental. Não soube fazer como devia a mobilização de suas tropas contra Versalhes nem abrir os arquivos secretos, nem apodera-se dos fundos do Banco da França, nem reprimir com a energia necessária os complôs contra-revolucionários. Thiers conseguiu de Bismarck a libertação de 100 mil prisioneiros, que se encontravam em suas mãos para marchar sobre Paris, isolando-a das províncias e das massas camponesas sem que os comunardos tivessem a iniciativa de levantar focos insurrecionais no campo, permitindo, com isto, a entrada dos exércitos de Thiers que ocuparam Paris.
Um dos maiores erros da Comuna foi "a reverência com que olhava o Banco da França". E uma vez mais, grande parte deste erro foi devido à minoria. O bando armazenava gigantescas reservas de ouro da burguesia francesa, que estavam servindo para sustentar aos de Versalhes, ou seja, à contra-revolução. Na realidade conservou em seus postos o antigo diretor e os membros da antiga guarda. Nomeou apenas um comissário que vinha somente resguardar a segurança do capital de burguesia francesa. O banco tinha um total de três bilhões de francos em ouro, bilhetes e documentos. A quantia representada somente em ouro e brilhantes era de 1,3 milhões de francos. Sob as vistas da Comuna, o Banco da França fornecia dinheiro sem nenhum embaraço ao governo de Versalhes. Se a Comuna tivesse tomado posse do banco, a burguesia francesa teria exercido pressão sobre o governo de Versalhes para exigir que firmasse um acordo com a Comuna. Houve também muita divergência ideológica: anarquistas, blanquistas, babeufistas e outras correntes pequeno-burguesas no seio da classe operária da época, dificultaram a unidade de decisão em momentos cruciais, do que se aproveitou a contra-revolução para lograr a vitória. Império do terror - Esmagada militarmente a Comuna, iniciou-se o terror, não apenas contra os seus líderes e participantes, mas contra a população de Paris. Alguns documentos da época dão uma pálida visão do que foi essa carnificina contra homens, mulheres e crianças. A corte marcial de Chatelet e a caserna de Lobau, para citarmos apenas esses dois centros de repressão e tortura, não poupava nenhum parisiense, mesmo sem nenhuma participação nos eventos. Pequenos matadouros funcionavam nas administrações municipais, nas escolas, nos terrenos baldios, nas estradas dos subúrbios, etc. Havia grades nas prisões de Mazas e de Roquette. Houve também degolamentos em massa no Panteão, nos Buttes-Chaumont e no P're Lachaise. Beleville e La Villete foram literalmente despovoadas pelo massacre.
A repressão, fuzilamentos e deportações durou até o mês de agosto. M. Camille Pelleton fazendo a contagem dos mortos e conferindo a cifra oficial de 17 mil (cifra admitida pelos generais da ordem) concluiu, por baixo, que 30 mil trabalhadores parisienses foram assassinados no decurso da semana sangrenta de maio de 1871. Junta-se a essa quantia a dos prisioneiros mortos sobre barcaças, deportados para a Nova Caledônia ou outras partes (Rochefort e Louise Michel estiveram neste número) e lá dizimados pelas febres. Queiram lembrar-se que 40 mil pessoas, homens, mulheres e crianças foram presos em Paris, levados para Versalhes, encerrados em Satory, em condições atrozes e que os massacradores da ordem tiveram, eles próprios de admitir a inocência de 2/3 desses infelizes e ter-se-á talvez uma idéia aproximada do modo pelo qual a burguesia trata o povo operário.
O historiador André Ribard descreve as cenas do terror da seguinte maneira: "A repressão foi abominável. Massacrou-se nas igrejas, no Muro, no Panteão, nas ambulâncias, mataram-se à queima-roupa mulheres amamentando os seus filhos, médicos, inválidos, feridos e enfermeiros. Massacrou-se a tiros de metralhadora nas lamas das docas de Satory. Formaram-se cortejos de prisioneiros em Versalhes e as elegantes vieram cuspir neles." Assim se restabeleceu a ordem "democrática" na França. A Comuna de Paris, apesar de derrotada, marca uma virada qualitativa no nível das lutas sociais no mundo moderno. Não apenas pela combatividade, seu heroísmo e senso de organização, ela se projeta como superior a todas as outras que a precederam.
O que a faz qualitativamente superior é o fato de que, pela primeira vez, o proletariado toma o poder e dirige a sociedade, demonstrando, na prática, a possibilidade concreta da existência de uma sociedade sem exploradores e explorados, criando um novo tipo de Estado representativo dos trabalhadores. Esse Estado que se criou na Comuna foi o embrião daquele que surgiria depois, conforme previa Engels ao escrever que "Em realidade o Estado não é mais do que uma máquina para a opressão de uma classe por outra, tanto na República democrática como sob a monarquia; e no melhor dos casos, um mal que se transmite hereditariamente ao proletariado triunfante em sua luta pela dominação de classe. Como fez a Comuna, o proletariado vitorioso não pode deixar de amputar imediatamente na medida do possível, os aspectos mais nocivos desse mal, até que uma futura geração, formada em circunstâncias sociais novas e livres possa desfazer-se de todo desse velho traste do Estado. Ultimamente as palavras 'ditadura do proletariado' voltaram a despertar sagrado terror ao filisteu social-democrata. Pois bem, senhores, quereis saber que face tem essa ditadura? Olhai para a Comuna de Paris: eis aí a ditadura do proletariado!".

(*) . Clóvis Moura é sociólogo e escritor.

quarta-feira, junho 24, 2009

NEDA E A NOVA PERSÉPOLIS

"Duas gerações comprimidas, oprimidas pelo radicalismo teocrático-autocrático que a história recente registra. Nada que resista ao tempo. O ente maior desta história são duas mulheres presentes cuja representatividade histórica processou-se de forma distinta.
Marjane em seus 40 anos de idade sofreu os horrores e desmandos políticos processados por duas eras, sendo a primeira quando possuía quase a mesma idade que a segunda, Neda, que tornou-se mártir por um processo de imolação 'destinada'. Junto a uma juventude que deseja respirar a liberdade mesmo sendo islâmica. Uma geração 'imagéticamente' política e não alienada. Uma geração que cruzou a urbanidade de sua nova 'Persépolis' tecnológica."

Animação 'Persépolis' filtra história recente do IrãIndicado ao Oscar, longa chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (22). Filme é baseado nos quadrinhos autobiográficos de Marjane Satrapi.Da Reuters Leia em : http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL308080-7086,00.html

Atenção: NA BARRA LATERAL DO YOU TUBE VOCÊ PODE VISUALIZAR UM TRAILER DE PERSÉPOLIS